quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eleições 2010 (7)

Sociólogos quebram a cabeça tentando entender a imensa popularidade de Lula após 8 anos de governo e a atribuem, erroneamente, à existência de benefícios de assistência social, como a bolsa-família. Mas a miséria de menos de 100 reais da bolsa não explica o fato de cerca de 20 milhões de pessoas que cruzaram a linha de pobreza nos últimos anos. Este fato se deve basicamente ao aumento do salário mínimo que puxa, entre outras coisas, a recuperação econômica. É sem dúvida um fator importantíssimo da popularidade do presidente. Porém, ele vem acompanhado de mais uma contradição: a de que a participação da renda do trabalho no PIB não tenha aumentado no mesmo grau, ou não tenha relativamente aumentado. Isto poderia explicar a persistente rejeição a Lula, que é mais presente na classe média do que nas elites, além de um possível preconceito classista. Esta ainda pequena participação do salário na conta do PIB se deve sobretudo ao fato do crescimento econômico brasileiro continuar vinculado à exportação de commodities que além de gerarem menos emprego, também tem baixo valor agregado. Aliás, a respeito da renda do trabalho, é notável que nenhum candidato tenha colocado em seu programa um compromisso de elevar esta renda, ou seja, de aumentar o poder aquisitivo da massa trabalhadora, o que deveria ser um programa mínimo de governo. É que ainda não se convenceram de que é o trabalho, e apenas o trabalho, que produz riqueza social, como provou o velho barbudo alemão há mais de 100 anos...
http://muitopelocontrario.wordpress.com/2010/06/22/brasil-cresce-renda-do-brasileiro-cresce-pobreza-diminui/

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