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quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Eleições 2010 (1)
As eleições de 2010 marcam o grau zero da política. Já alguns anos que a política vem sendo reduzida a uma mínima participação popular. É a derradeira vitória da proposta política da democracia (neo-)liberal: o que se espera de participação cidadã é apenas entrar de 4 em 4 anos numa fila e apertar o botão de uma máquina. Não mais se debatem agendas, programas, direitos nem sequer ideias. Nada a ver com a luta pela transformação social. Trata-se apenas de escolher entre gestores pré-programados que levarão adiante a administração dos aparelhos de estado. Mas é preciso admitir que esta fórmula gerencial de lidar com a "coisa pública" corresponda a um secreto desejo inerente à sociedade de consumo capitalista: o voto não significa participação, ele atende antes à necessidade da população de se desonerar da tarefa política que supõe atividades trabalhosas, tais como lutar, protestar, pressionar, formular ideias, etc., dando oportunidade para que as pessoas possam se dedicar integralmente aos seus afazeres "privados" enquanto delegam o “custo político” da vida pública aos gestores eleitos.
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