quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Eleições 2010 (5)

Pacificar as comunidades é, sem dúvida, uma necessidade política premente, condição para que ações de urbanização e inclusão se desenvolvam nestas coletividades. É fundamental cortar o nó econômico que liga a favela ao lucrativo comércio de drogas. Pois este comércio sempre empregou pouca gente (por mais que o preconceito atemorizado de classe média diga o contrário) e ainda impediu que a favela seguisse empreendimentos próprios de auto-gestão comunitária. A emancipação das favelas passa antes de tudo por sua revitalização econômica, pela sua capacidade de desenvolver trabalhos em várias áreas, o que o tráfico de drogas inibia. Afinal o comércio de narcóticos é apenas um empreendimento exógeno à vida real das favelas. Então a questão das UPPs se coloca: até quando é possível manter uma “ocupação” que implica numa vida sob segurança de estado permanente? E até que ponto esta ocupação não será apenas mais um capítulo da história social do Estado brasileiro de se opor e desmontar todas as iniciativas populares que se desenvolvam fora de suas asas, o assim chamado, “patrimonialismo brasileiro”, descrito por tantos historiadores e sociólogos, uma marca tradicional de nossa organização política deficiente?

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