ninguém muda ninguém,
nem precisava
se, por debaixo da pele,
revolve a lava,
se, por dentro das veias,
corre álcool e ânsia,
se, no miolo da mente,
habita uma infância.
-Venha, venha como é,
venha com sua nudez,
venha por inteiramente,
venha já, venha de vez.
ninguém muda ninguém
apenas se abre
o cofre, a fortaleza
guardada por sabres:
para que entre o vento,
para que surja o lance
de dados, erro ou azar,
para a fortuna ter chance.
- Venha, venha como é,
venha como quiser:
como ave ou como anjo,
um felino ou uma mulher.
ninguém muda ninguém,
é só um deixar-se
os dias, as noites,
as razões, os disfarces,
o que impede ou previne,
o que provoca alarma:
-Venha, venha como é,
mas não venha com uma arma.
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